VERA BATISTA Correio Braziliense Em programa
de rádio, Gleisi critica abusos de servidores nas paralisações e afirma
que isso vai resultar em legislação mais rigorosa A
ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, mandou um recado aos
servidores em tom de ameaça e condenou os excessos durante a greve. Em
entrevista ao programa Bom dia, ministro, distribuído pela EBC a rádios
de todo o país, ela assinalou que "não podemos ter abusos" e que as
paralisações não podem "ferir o direito do cidadão de ter acesso aos
serviços públicos". Ao falar sobre os projetos que tramitam no Congresso
Federal, com o propósito de regular esses movimentos, Gleisi deixou
claro que o Ministério do Planejamento e a Advocacia-Geral da União, por
orientação da presidente Dilma Roussef, estão olhando com lupa o
desenrolar do processo. Embora admita que o Brasil vive em uma
democracia, portanto o direito é assegurado a todas as categorias,
deixou claro que os impactos da última greve, considerada a maior do
funcionalismo nos últimos 10 anos, pode levar o governo a tratar o
assunto com mais rigor, no momento da votação da Lei de Greve
pelo Legislativo. "Não há uma definição se terá um projeto ou não do
Executivo. Mas o fato é que esse tema já está em pauta, e eu acredito
que, com os abusos que tivemos nessa greve recente, com certeza, isso
vai ter um reflexo na discussão e nas definições do Congresso Nacional".
A ministra concorda com os trabalhadores quanto ao direito de
reivindicar. "Mas nós temos que saber que têm limites e que também há
uma situação econômica do país de limites na questão orçamentária,
principalmente no serviço público." Aproveitou para defender a pasta de
seu marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ao criticar os
funcionários dos Correios. "Tive a notícia que o Tribunal Superior do
Trabalho (TST) determinou que, pelo menos, 40% dos trabalhadores dos
Correios permaneçam trabalhando. Eles já fizeram greve no ano passado,
já tiveram o reajuste", destacou. As provocações da ministra Gleisi
Hoffmann caíram como uma bomba no movimento sindical. A Confederação
Nacional do Serviço Público Federal (Condsef), que representa 80% dos
funcionários públicos em greve até 31 de agosto, vai publicar uma nota
em repúdio às declarações da Casa Civil. "Não vamos aceitar revanche,
retaliação ou desaforo, nem esse tipo de tratamento. Se houve abuso, foi
desse governo incompetente em negociar. Só em 2012, fizemos mais de 200
reuniões", indignou-se Sérgio Ronaldo, diretor da Condsef.
Autor: Sylvio Micelli
Fonte: www.jusbrasil.com.br
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