quinta-feira, 13 de maio de 2010

NOTÍCIAS DA REUNIÃO COM A PRESIDENTE

Foto: SINPOJUD 
 
O colega Antemar - eleito na última assembléia membro da comissão para re-elaboração do projeto de lei a ser encaminhado como proposta de contemplação das reivindicações do movimento grevista - participou ontem de reunião com a presidente Telma Britto e respassou notícias no orkut. Veja a postagem:

"Reunião com a presidente Telma Brito

Ontem a tarde houve uma reunião da comissão eleita na última assembléia da categoria para discussão do ante-projeto de lei. Durante a reunião fomos informados que haveria mais tarde uma reunião com a presidente do TJ-BA - Desembargadora Telma Britto.

O nosso encontro com o arbítrio

O encontro com a presidente Telma Brito revelou a face dura, prepotente e autocrática do judiciário baiano. Foi um festival de ameaças e bravatas contra a categoria. Saí na metade de reunião depois de ouvir da presidente que a "greve é mau caráter", aí uma companheira a interpelou: "como assim presidente?" e a presidente foi justificar que "é mau caráter sim porque objetiva acabar com 'direitos'". Depois disso saí da sala.

Durante o tempo em que estive presente na reunião a presidente Telma garantiu que NÃO negocia nada; que NÃO conversará mais com os sindicatos; que NÃO enviará ante-projeto nenhum; que vai se manifestar através de ATOS. Por diversas vezes a presidente fez questão de se manifestar A FAVOR dos adicionais e não admite extinguí-los. As retaliações são inevitáveis".

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Primeiro e antes de qualquer coisa, parabenizamos o colega Antemar, que não se permitiu se curvar ao terrorismo da Presidente Telma Britto. Soubemos do tom utilizado no discurso, das expressões - por vezes grosseiras - e da falta de disposição da mesma para discutir a proposta da categoria. 
 
A Desembargadora Telma ainda não se deu conta da mobilização da categoria e do movimento que está se formando pela MORALIZAÇÃO DO JUDICIARIO BAIANO. Já temos a adesão de divesos setores da sociedade. Devíamos todos estar falando a mesma língua. Mas sua prepotência, arrogância, seu jeito personalista, conservador e antigo de se portar não a permite enxergar que possui um poder maravilhoso nas suas mãos: a chance de mudar a cara da Casa da Justiça da Bahia, de romper com estruturas arcaicas, prejudiciais à robustez moral e ética que o TJ deve demonstrar e à imagem do Judiciário. Estamos tratando com a chefe de um dos três poderes do Estado e é inadimissível que a mesma não entenda que não negociar com categoria é prejudicar a prestação jurisdicional, que deve ser a prioridade da Presidente do TJ. Ela será a responsável por isso e não nós, desde de que deixe de dar o devido valor àqueles que se esmeram todos os dias, mesmo com todas as dificuldades, para prestar um seviço de qualidade.
 
Atribuir juízo de valor ao movimento foi de uma infelicidade sem tamanho. Além de deselegância.
Mudanças verdadeiras no TJ só ocorreram após muita luta e todas elas deram muito o que falar. Também, para se desestabilizar o que está posto há anos, espera-se o que?
 
Um dos acontecimentos dessa ordem, que mobilizou e modificou o nosso Judiciário nos últimos anos, foi a derrubada do nepotismo. Ironicamente, tudo começou em 2006, com um discurso contundente do senador ACM, que da tribuna do Senado Federal, chamou o Poder Judiciário da Bahia de prostituído. Dentre outras coisas, o senador revelou que 23 dos 30 desembargadores (à época), tinham parentes empregados no TJ. Além disso, o senador revelou o conteúdo de uma gravação telefônica onde um arquiteto, em conversa com o irmão do Des. Dultra Cintra, afirmou ter enviado anéis de brilhante para três desembargadoras, por ocasião da eleição da nova mesa diretora do Tribunal, quando foi eleito o Des. Benito Figueiredo. Essa trama nem tem tanto tempo, foi em dezembro de 2005. Leia mais.

Isso deu um rebuliço danado! Os magistrados se condoeram e os desembargadores, tão chiques, ficaram chocados. Mas as respostas não demoraram. E um dos discursos mais fortes foi o da Desª Telma Laura Silva Britto.
A nossa presidente, indignada com o adjetivo atribuído ao grupo que integra, proferiu palavras de clamor aos colegas, convocando-os a se posicionarem diante da situação. Vejam um trecho:
"(...) Precisamos reagir.
Não para imolar o ofensor. Respeito os seus cabelos brancos. Sei que não é raro, nos mais idosos, o apego ao passado, a resistência às mudanças ocorridas à sua volta. Compreendo até o evidente desejo de deter, a qualquer preço, as rédeas do nosso Estado. É realmente difícil, para quem foi acostumado a manter o controle sobre tudo e sobre todos, aceitar a convivência harmônica e respeitosa própria do estado democrático de direito..."

É isso, quando nos sentimos aviltados, maltratados, humilhados, necessariamente reagimos. Isso é legítimo. POR ISSO ESTAMOS EM GREVE! Por isso tanta mobilização! E pelos mesmos motivos esse blog e tantos existem. Criamos um canal de comunicação com os colegas, usando as ferramentas que a tecnologia nos oferece, para conclamarmos os colegas à UNIÃO e à REAÇÃO!

Esse mesmo TJ quando tem sobra, distribui fatias gordas do bolo para uns poucos e deixa a maioria fora da festa; paga férias para desembargador aposentado e retira o abono pecuniário, gratificações, auxílio transporte e ameaça o auxílio alimentação (e ventila a possibilidade de usupar o salário férias) dos servidores, a tão combalidos; dá emprego para pessoas que não prestaram concursos e deixa os concursados de fora.

Em seu discurso de posse como Presidente, a Desª Telma Britto já reconhecia que precisávamos nos unir pois o momento era de crise financeira forte e que muita coisa precisava mudar. Para não aguardarmos impassíveis, já demonstramos a nossa disposição. Estamos na luta. Só que dessa vez não aceitaremos decisões de cima para baixo. Queremos participar, exigimos. Temos certeza que a nossa contribuição será valiosa. Manter privilégios está fora de pauta e estamos certos de que este é o melhor caminho à trilhar por aqueles que tem o dever de aplicar a justiça.

Pra usar novamente as palavras da Presidente, segue um trecho interessante o seu discurso de posse:

"A mensagem que lhes deixo é de união, compromisso e esperança. União de todos, integrantes ou não do Poder Judiciário, em torno do objetivo maior de dotar a Bahia das condições necessárias à melhoria da prestação jurisdicional. Compromisso com o Poder Judiciário, com os jurisdicionados que nos pagam e merecem de nós todos os esforços no sentido de dar celeridade e eficácia à prestação da Justiça. E esperança de que, irmanados, conseguiremos alcançar nossos objetivos de modernizar e aperfeiçoar o Poder Judiciário da Bahia.

Por fim, fica a certeza de que não somos melhores nem piores que os outros. A nossa alegria e a nossa leveza não significam leniência, menos valia. São, antes, um plus que muitos invejam e do qual devemos nos orgulhar. Jamais esqueçamos disto.


Encerro dizendo, com Chico Xavier:

Magistrado:

'Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança está em tuas mãos.
Reprograma tua meta,
Busca o bem e viverás melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás e
fazer um novo começo,
Qualquer Um pode Começar agora e fazer um Novo Fim.'
Que Deus nos proteja e nos cubra de bênçãos!
Muito Obrigada! "

Fazemos das suas palavras as nossas Presidente. Temos certeza que juntos tudo podemos. É só Vossa Excelência querer para que possamos começar!


PS: O colega Ruy voltou às pressas de Brasília para que pudesse participar da reunião, já que também era membro da comissão. Chegou 20 minutos depois do encontro ter iniciado e a Presidente não permitiu a sua entrada na sala...


Extraído do blog dos Servidores do Tribunal de Justiça da Bahia 

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