1ªconsideração – a divulgação da folha de
pagamento
No último fim semana o TJBA divulgou a lista da
folha de pagamento com nomes de servidores e magistrados na sua
página oficial da internet. Apesar da publicação da lista,
entendemos que o modelo adotado dificulta a identificação de
valores, criando obscuridade na transparência do judiciário baiano,
pois várias rubricas são lançadas numa mesma coluna. Defendemos que
o acesso à informação deve ser publicizado de forma clara e de fácil
compreensão para toda a sociedade. Por isso, concluímos que existe
uma dificuldade objetiva em verificar os valores reais, vez que,
acumularam várias rubricas na mesma coluna.
2ªconsideração – o vencimento básico não
onera a folha
Mesmo com dificuldade de conciliação a divulgação
da lista de pagamento é muito importante para verificação de onde
cada servidor está lotado. Outro detalhe importante é o resultado
da comparação entre a soma total da coluna “Remuneração
Paradigma” 1 - que possivelmente agrega vencimento básico, ATS
e abono permanente -, com a soma total da coluna “Total de
Crédito” 2 - que representa os gastos totais da folha com CC's,
FC's, Adicionais, magistrados e etc.Fazendo a comparação chegamos a
conclusão empírica de que os gastos comvencimento básico são de
aproximadamente 56% do total bruto da folha. E seretirarmos da soma
da “Remuneração Paradigma" os vencimentos dosmagistrados,
esse percentual reduz para aproximadamente 37%. Seformos mais
específicos ainda, e retirarmos os vencimentos básicosdaqueles que
acumulam cargo comissionado a soma total da
rubrica“vencimento básico” do quadro efetivo é inferior
a 1/3 do totalda folha de pagamento. Conclusão empírica: não é o
vencimento básico que problematiza a folha de pagamento.
3ªconsideração – estratégia de valorização
do vencimento básicoe defesa do concurso público
Em2013 o PCS completa mais uma etapa rumo a sua
integralização. Aspróximas etapas serão decisivas para qualificação
do vencimentobásico dos(as) trabalhadores(as) do judiciário baiano.
Em2013 ocorre o maior índice de aumento sobre o vencimento
básico.Contudo, temos motivos de sobra para nos preocupar porque o
mundoassiste a pior crise que vive o capitalismo desde a década de
70 doséculo passado. O governo brasileiro tenta manter a
economiaaquecida e em crescimento. As projeções de crescimento do
PIBbrasileiro não são animadoras – deve ficar entre 2% e 3%.
Essemês o governo brasileiro terá queda em sua arrecadação. Isso
nosinteressa porque o crescimento econômico interfere na
ReceitaCorrente Liquida, que por sua vez é referência para os
limites degastos com pessoal dos poderes públicos –
maneatados pela LRF.
CC's,FC's, PCS, vencimento básico,
transparência, crise econômica, apopulação e o salário. O que tudo
isto tem a ver?
Tudo!Por determinação da pauta neoliberal em
nosso país,encontra-se em vigor a Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF) desde2000. Considerando que crise economica implica em queda
de arrecadação e, por conseguinte, da Receita Corrente Líquida, e
devido a existência dos ditos “limites legais”impostos
pela LRF, consideramos que teremos que lutar para que se cumpra a
Lei do PCS em 2013; e que cada real gasto com CC's,
FC's,terceirizações, adicionais diversos e etc, é uma dificuldade
amais para valorização do vencimento básico e da consecução do PCS.
Além de que devemos defender a convocação dosaprovados por meio de
concurso para preenchimento das vagas.
Conclusão:
Chegou o momento de valorizarmos o vencimento
básico como instrumento devalorização de pessoal e desenvolvimento
da qualidade do trabalhopúblico e melhoria do serviço judiciário. E
mesmo para quematualmente é servidor efetivo e está investido em
cargocomissionado, de confiança ou função gratificada, é
fundamentalvalorizar o vencimento básico como forma de valorizar
seu cargo de origem.
Portanto,é um debate que interessa a todos os
servidores e, também, aoconjunto da população baiana, uma vez que
representaaperfeiçoamento nos serviços judiciais e dos gastos
públicos.Nesse sentido é imperioso que o SINTAJ assuma o
protagonismo técnicoe político no enfrentamento da questão, que
contrate assessoria doDIEESE fazendo um mergulho na folha de
pagamento e dialogando com asociedade baiana no objetivo da
ampliação e melhoria da prestaçãodo serviço judiciário.
Paratanto defendemos algumas propostas
práticas:
1-convêniocom o DIEESE e elaboração de mapa
estatístico da folha depagamento(Média, Moda e Mediana –
geral, por cargo, por instãncia,e por unidade);
2-queessa assessoria técnica apure e divulgue os
cálculos das Medidas de Dispersão(Amplitude Total,Variância, Desvio
Padrão, Coeficiente de Variação) da tabelasalarial geral e por
cargos;
3-relaçãodetalhada de Cargos em Comissão (CC) e
Funções Comissionadas (FC),na qual conste a nomenclatura, valor
remuneratório, atribuiçãoexercida e onde estão lotados;
4-relação com nome, valor do provento e lotação
de servidores querecebam algum tipo de adicional de função e/ou
CET.
Notas de Rodapé:(1)–R$ 45.560.683,59
(2)-R$79.790.252,32
Antemar Campos - trabalhador público do judiciário baiano, comarca de salvador.
Fonte: www.spaceblog.com.br
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